As empresas precisam realinhar seu planejamento de comunicação levando em conta o cenário da pandemia e um consumidor mais atento e cuidadoso.

O ano de 2020 provou que toda e qualquer projeção, por mais factível que seja, não sobrevive ao inesperado e ao desconhecido. Em 2019 vimos grandes cabeças do mercado de marketing e comunicação, assim como gestores de grandes marcas, projetarem cenários dos mais variados para 2020. Nós mesmos, como indivíduos, fizemos nossos planos. Mas quem poderia prever que logo no início de 2020, um vírus mortal chamado Coronavírus virasse o país de cabeça para baixo, ceifasse a vida de quase 200 mil pessoas e zerasse todas as expectativas feitas em 2019?

As coisas definitivamente não estão boas em 2020.

Pois bem, mesmo com as projeções mais pessimistas, ninguém imaginava ou esperava um cenário tão caótico, trágico, desanimador e sem perspectiva. Tanto para negócios e serviços de quase todos os segmentos como para as pessoas. De repente, como um jogo de dominó, uma pedra vai derrubando a outra, que derruba a outra, que derruba a outra e assim por diante. Foi exatamente o que aconteceu: empresas com pouca saúde financeira e mesmo as que gozavam de melhor saúde mas sem fôlego para tanto tempo, não resistiram ao impacto da pandemia, cortando custos, dispensando colaboradores e uma boa parte fechando as portas definitivamente. Cada empresa fechada é menos um cliente para outra empresa, mais pessoas sem emprego, menos poder aquisitivo e menos faturamento para todos.

As empresas não devem continuar fazendo sua publicidade e sua comunicação como se nada estivesse acontecendo.

Neste contexto, grande parte das agências de marketing e comunicação tiveram uma redução drástica no faturamento justamente pelo efeito dominó, e em um momento onde os investimentos em marketing são mais que fundamentais para sobreviver à crise. Em um cenário de medo, apreensão e incerteza, com pessoas sendo demitidas e empresas quebrando, todo mercado encolheu e a economia entrou em recesso.

Porém, diante deste cenário, as empresas – mesmo os pequenos negócios – não devem continuar fazendo sua publicidade e sua comunicação como se nada estivesse acontecendo. Mais do que nunca o público está atento a forma como as empresas agem neste momento. Muitos especialistas apontam sobre tendências como, por exemplo, uma mudança de comportamento do consumidor – ou usuário – , que a partir de agora se torna mais consciente. Estes consumidores tenderão a buscar mais saúde no estilo de vida, terão mais responsabilidade no consumo e mais cuidados com a higiene. Estarão também mais atraídos a consumir produtos locais e o online estará mais presente do que nunca, desde reuniões por videoconferência e home office até a telemedicina e às compras em geral.

De acordo com dados transmitidos pelas instituições Comscore, Global Web Index, Kantar, MindMiners e Nielsen, que foram compilados em um único estudo, 13% dos brasileiros estão comprando pela internet pela primeira vez. A Kantar aponta que 52% dos brasileiros vão escolher as marcas pelos preços após a pandemia. Mas o que isso tudo significa? Como uma empresa deve se comunicar a partir de agora?

De acordo com a McKinsey & Company, as empresas agora devem direcionar os esforços para três pilares:

– Implementar as ações de resposta à crise (ficarem atenta com as regulamentações e cumpri-las);

– Entender as oportunidades criadas, buscando uma retomada  saudável  e rentável;

– Adaptar-se ao novo consumidor, entendendo seu cliente como se não o conhecesse. Isso significa que pode ser que ele volte a se relacionar com sua empresa exatamente como parou, e você estará pronto para atendê-lo, não sendo pego de surpresa.

As palavras certas são: transparência, engajamento e responsabilidade, mesmo sabendo que muitas empresas têm o costume de congelar seus investimentos até que se tenha uma normalidade financeira. Contudo os negócios e empresas que investiram em marketing – mesmo em pequenos valores – em períodos de grande crise no passado (econômica ou social),  tiveram um retorno melhor e mais rápido em comparação às empresas que cortaram o investimento neste setor .

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Apesar de estarmos enfrentando um momento sem precedentes, outros mercados provaram ser possível a recuperação em “v” – onde a perna da esquerda da letra representa a queda e a direita representa a recuperação proporcional ao patamar anterior. O que temos a nosso favor é o fato do sucesso brasileiro ser muito bom em lidar com momentos de incerteza, já que nosso país já vivenciou muitas oscilações de mercado, principalmente se compararmos com outros países.

Portanto, é o momento das agências darem as mãos a seus clientes e praticar preços de custo, renegociarem contratos e se unirem para enfrentar este momento de crise que afeta a todos.